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terça-feira, 19 de outubro de 2010

QUEBRA, QUEBRA NA FRANÇA

Atos contra reforma reuniram 3,5 milhões na França, dizem sindicatos

Para o governo, só 1,1 milhão foram às ruas contra a nova Previdência.
Houve confrontos de rua, e presidente prometeu intervir em refinarias.

A CGT, principal central sindical francesa, disse que cerca de 3,5 milhões de pessoas em todo o país participaram nesta terça (19) do dia nacional de greves e paralisações contra a reforma da aposentadoria, que paralisa o país, interfere nos transportes públicos, provoca confrontos de rua e o temor do desabastecimento de combustíveis.
Já o Ministério do Interior afirmou que 1,1 mihão de franceses foram às ruas contra a mudança das regras.
O Senado deve votar a reforma ainda nesta semana.
Mais cedo, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que propôs as reformas, anunciou que vai tomar medidas contra o bloqueio das refinarias do país e para "garantir a ordem" nas ruas.
Jovens participam de protesto nesta terça-feira (19) em Bordeaux.Jovens participam de protesto nesta terça-feira (19) em Bordeaux. (Foto: AP)
Em entrevista em Deauville, Sarkozy disse que entende a "inquietação" provocada pelas reformas, disse que a oposição tem direito a protestar pacificamente, mas afirmou que o déficit previdenciário no país não pode continuar.
 
Sarkozy falou ao fim de uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Dimitri Medvedev.
Ele disse também que as forças da ordem vão conter os atos de violência.
O presidente insistiu em que "refletiu muito" antes de iniciar a reforma. Sarkozy argumentou que, desde 1950, a expectativa de vida dos franceses subiu 15 anos, o que obrigou a reforma.
Estudantes enfrentam polícia durante protesto em Lyon nesta terça-feira (19).Estudantes enfrentam polícia durante protesto em Lyon nesta terça-feira (19). (Foto: Reuters)
Falando à Assembleia Nacional, o premiê François Fillon disse que a distribuição de combustíveis deve voltar ao normal em 4 ou 5 dias.
Aeroviários, ferroviários, professores, carteiros e os motoristas dos carros-blindados que abastecem caixas eletrônicos se juntaram aos petroleiros e aos secundaristas num dia dedicado a manifestações contra o projeto que eleva a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos.
O Senado deve votar na quarta-feira o projeto, que segundo o governo é crucial para controlar o déficit previdenciário e equilibrar as contas públicas. Mas muitos franceses temem a reversão de direitos adquiridos, e se sentem injustamente punidos.
A maioria dos analistas acha que os protestos minguarão após a aprovação da reforma. Mas os influentes sindicatos franceses, que já derrotaram reformas previdenciárias e trabalhistas em 1995 e 2006, prometem não desistir.
"A rua tem poder, e ela pode ser mais poderosa do que o governo", disse o militante trotskista Olivier Besancenot, líder do Novo Partido Anticapitalista, a uma rádio.
Transportes
Cerca de metade dos serviços ferroviários estão parados, e entre 30 a 50 por cento dos voos foram cancelados. Mas o metrô de Paris e os trens Eurostar andam normalmente.

A empresa Exxon Mobil disse que a liberação de estoques estratégicos está atenuando a escassez de combustível causada pela greve nas 12 refinarias francesas.
Cerca de 20% dos postos de combustível do país estão parados.
A tensão entre governo e sindicatos terá reflexos nesta terça, apoiada por 71% dos franceses, segundo pesquisa do instituto CSA. Estão programadas 266 manifestações pelo país.

Estações de trens estão lotadas na França, especialmente em Paris.Estações de trens estão lotadas na França, especialmente em Paris. (Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters)


A Sociedade Nacional de Caminhos de Ferro (SNCF, na sigla em francês) anunciou que, por enquanto, suas previsões estão sendo cumpridas. Para hoje, está prevista a circulação de 60% dos trens com saída ou destino a Paris, metade dos trens de alta velocidade (TGVs), 25% dos trens regionais e todos os Eurostar.
Trabalhadores em greve bloqueiam a entrada da refinaria de petróleo de Grandpuits, a leste de Paris.Trabalhadores em greve bloqueiam a entrada da refinaria de petróleo de Grandpuits, a leste de Paris. (Foto: Benoit Tessier / Reuters)

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Rony Barbosa.

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