Brasil real: Público do "BBB" rejeita crise existencial de transexual Ariadna
Parecia óbvio que a audiência do "BBB" iria cair nesse truque. Afinal, essa é a primeira vez que um trans é colocado dentro da casa. Do lado de fora, a especulação era feita. "Quem vai ser o primeiro."
Pelo jeito, ninguém. Antes mesmo que aconteça algum desabafo (os participantes da casa não sabem que Ariadna é trans, como uma espécie de pegadinha), ou role algum beijo, o público já se prepara para colocar a moça para fora do programa. E no primeiro paredão. Assim, sumariamente. Tchau.
A vontade de ver alguém cair em uma pegadinha (e não é assim que a produção do programa trata a moça ao fazer com que ela própria precise contar seu "segredo"?) parece ser menos forte do que a de ver gente "bonita e animada", como o batalhão de fortões e gostosas que dominam o programa (alguém sabe diferenciar ali quem é quem?).
Ari não cai no conto dos estereótipos. Não é um "travesti encrenqueiro". Muito menos uma "bicha fofoqueira". Ela é uma moça quieta, com olhar meio triste e recatada. Talvez seja por não cair no clichê que ela esteja prestes a ser gongada pelo público, que, segundo pesquisas, já escolheu que ela deve voltar para casa sem ganhar nada. Ou seja, não quer mais vê-la. Chega.
Ariadna já soltou suas confissões no "BBB". Em tom triste, disse que tem um segredo. Para alguns, contou que foi garota de programa. Diz que tem problemas com a família. Talvez seja crise demais para os telespectadores do "Big Brother", que pelo jeito preferem ver bunda e músculos (e isso não falta) a uma crise existencial do estilo: "Conto ou não conto?" ou "Será que meus pais vão me perdoar?".
O público não quer saber dos problemas de Ariadna! Ela que se vire. E que vá chorar em casa, que é lugar quente. Enquanto isso, na tela da TV, a turma dos fortões (que já se mostra poderosa) comenta a bunda das moças na piscina. Mais interessante, não? Informações de Nina Lemos - colunista da Folha de S. Paulo.
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Rony Barbosa.