Reajuste do salário em 2012

Mínimo deve superar os R$ 600 no início de 2012, diz Dilma

A nova presidente também prometeu reajustar o Bolsa Família e não descartou a volta do imposto do cheque. Ela está disposta a dialogar com os governadores para trabalhar pela saúde e pela segurança.

Mínimo deve superar os R$ 600 no início de 2012, diz Dilma

A nova presidente também prometeu reajustar o Bolsa Família e não descartou a volta do imposto do cheque. Ela está disposta a dialogar com os governadores para trabalhar pela saúde e pela segurança.

A presidente eleita Dilma Rousseff anunciou que o salário mínimo deve superar os R$ 600 no começo de 2012. Ela também prometeu reajuste para o Bolsa Família e não descartou a volta do imposto do cheque.

Antes de mais nada, uma conversa com o antecessor. “Vocês percebem que eu estou feliz. Ela está muito mais feliz que eu”, disse Lula.

E era visível. Estava serena, sorridente e muito, muito calma. Respondeu a tudo que lhe perguntaram. Dilma Rousseff não descartou a volta do imposto do cheque, se isso for um desejo dos governadores.

“Eu não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF. Mas não posso dizer. Esse país vai ser objeto de um processo de negociação dos governadores”.

Acenou para todos os governadores, disposta ao diálogo e parcerias para priorizar saúde e segurança pública. E aproveitou para dizer que ficou feliz com a ligação que recebeu de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, que é do PSDB.

A presidente eleita disse que vai manter o mecanismo de correção do salário mínimo, que é a inflação mais a soma de tudo que é produzido pela economia de um país, PIB de dois anos atrás. Mas, como o PIB do ano passado ficou em quase zero, ela prometeu estudar uma compensação.

“Num cenário de PIB crescendo às taxas que nós esperamos, nós vamos ter um salário mínimo no horizonte de 2014 acima de 700 e poucos reais. Já se não tiver nenhuma alteração, já em 2011 estaria acima de R$ 600. No final de 2011, início de 2012”.

Sobre o Bolsa Família, Dilma disse que pretende atender a todas as famílias de baixa renda e aumentar o valor pago.

“No meu período de governo, eu vou buscar 100% de cobertura e um nível maior de benefício. Não sei hoje dizer pra vocês qual é esse reajuste, mas, que terá reajuste, eu asseguro a vocês que terá”.

A presidente eleita mostrou-se confiante na queda dos juros para níveis internacionais, como resultado do crescimento da economia e a consequente redução da dívida pública.

“Todo mundo fala 2% porque essa seria mais ou menos essa a taxa de juros consistente. Quanto mais o PIB crescer e a dívida cair, mais rápido você chega a um quadro de estabilidade que te permite reduzir cada vez mais as taxas de juros”.

Para Dilma, a execução da iraniana Sakineh é uma barbaridade. Ao contrário de Lula, sem ressalvas às leis do Irã. “Eu acho uma coisa muito bárbara o apedrejamento da Sakineh, mesmo considerando os usos e costumes de outros países, continua sendo bárbaro o apedrejamento da Sakineh”.

Dilma Rousseff disse que manterá a política externa de diálogo aberto com todos os países e reiterou o apreço pela liberdade de expressão.

“Por que eu tenho valor grande na questão da democracia e da liberdade de imprensa, de opinião, de expressão? Porque sou de uma época que em que a liberdade de imprensa era extremamente subversiva”.

Foi enfática ao falar do MST. Quer dar tratamento justo ao movimento. “O MST não é um caso de polícia. Agora, eu não compactuo com ilegalidade. Nem com invasão de prédios públicos, nem com invasão de propriedades que estão sendo produtivamente administradas”.

Dilma rechaçou as críticas a obras como o trem bala entre São Paulo e Rio de Janeiro. “É absurdo achar que o trem bala não precisa de ser feito”.

Depois da entrevista, de quase uma hora, Dilma Rousseff embarcou para descansar em algum lugar, mantido em segredo. Ela volta no domingo, pronta para o batente, e já avisou: o trabalho vai ser puxado.

“Quero dar um abraço para todos e assegurar que, nos meus dias de descanso, eu vou aproveitar bem, porque eu sei que, a partir daí é trabalho, trabalho, trabalho, inclusive, no fim de semana”.